Síndrome de Burnout: o que significa, quais são os principais sintomas e os principais tratamentos? Essas são questões que afligem muitas pessoas nos dias atuais, já que, segundo reportagem da Forbes, 2/3 dos trabalhadores americanos sofreram do problema apenas em 2019. No Brasil, os dados também são alarmantes: mais de 33 milhões de brasileiros já experimentaram a sensação de “autocombustão”, que ocorrer quando há muita pressão, cobrança e até assédios morais no ambiente de trabalho.
Tudo começa com decisões que, a princípio, parecem inocentes. “Vou levar o relatório para fazer em casa, no final de semana”, “vou ficar sem dormir e terminar isso”, “ficarei mais horas na empresa, para meu chefe reconhecer meu valor profissional”. Acontece que, a longo prazo, os resultados de comportamentos frequentes como esses podem desencadear problemas não tão inofensivos assim, como um Burnout.
A condição é séria e significa muito mais que um grande estresse, tanto é que, recentemente, a OMS (Organização Mundial da Saúde) a reconheceu como uma síndrome crônica. Apesar de ainda não termos, no Brasil, tantos dados concretos sobre sua incidência, uma coisa é certa: cada vez mais os consultórios têm recebido pessoas enfrentando essa situação.
Quer saber mais sobre a Síndrome de Burnout: o que significa, quais são os sintomas recorrentes, como evitá-la e tratá-la? Então, continue lendo o artigo até o fim para descobrir tudo sobre a Síndrome de Burnout. Boa leitura!
Síndrome de Burnout: o que significa?
O Burnout é o resultado de um estresse crônico, que não foi bem administrado, decorrente da rotina intensa de trabalho. Nessa condição, a pessoa atinge o ápice do esgotamento mental, o que pode desencadear não só ineficácia profissional, mas também enfermidades fisiológicas. Ou seja, é uma síndrome que causa sintomas físicos e emocionais, ao mesmo tempo.
Quais são os sintomas da Síndrome de Burnout?
A Síndrome de Burnout apresenta sintomas diversos, como:
- Diminuição da produtividade no trabalho;
- Esgotamento de energia;
- Sensações de exaustão;
- Sentimentos negativos em relação ao trabalho;
- Distúrbios do sono;
- Irritabilidade;
- Falhas na memória;
- Depressão;
- Falta de apetite;
- Baixa autoestima;
- Dores de cabeça constantes;
- Isolamento social;
- Dificuldade de concentração.
Também é bastante comum a pessoa apresentar alterações fisiológicas, como:
- Colesterol alto;
- Disfunções hormonais etc.
Veja também o TED apresentado pela antropologista Rahaf Harfoush: “Como o Burnout nos faz menos criativos”. Ative as legendas em português para assistir:
Estresse e Síndrome de Burnout: quais as diferenças?
Quando falamos em Burnout, é muito comum as pessoas o confundirem com episódios de dias estressantes. No entanto, há diferenças e precisamos entender tudo sobre a Síndrome de Burnout e o estresse que podemos viver em situações do cotidiano.
O estresse é uma resposta do organismo ao se deparar com situações que provocam ansiedade, irritação e preocupação. O corpo libera diversas reações químicas, fisiológicas e emocionais, como suor, raiva e aumento dos batimentos cardíacos e da respiração. Contudo, as reações tendem a ser momentâneas. Passam em algumas horas ou dias.
O Burnout é algo mais crônico. Por mais que a pessoa tire férias, por exemplo, ela não é capaz de recarregar as baterias.
Portanto, estresse e Síndrome de Burnout podem até parecer condições iguais, mas seus resultados são bem diferentes na prática.
Quais as causas dessa síndrome?
As causas são relacionadas ao objetivo de aumentar, incessantemente, a produtividade, além da percepção de desvalorização profissional. Sua manifestação também está ligada ao ambiente de trabalho e às condições oferecidas por ele. Locais em que o clima organizacional é desagradável, que tem muitas intrigas, que há bastante competitividade e que existe muita cobrança, facilitam o desencadeamento da síndrome.
Somado a isso, ainda há certa negligência da própria pessoa com relação ao seu estado de saúde. Ela se força a, cada vez mais, apresentar um bom desempenho, alimenta-se de forma inadequada e não se permite descansar, quando sente necessidade. Portanto, a Síndrome de Burnout no ambiente de trabalho pode ser algo extremamente comum, se o comportamento do indivíduo for por um caminho “errado” e, com ele, o ambiente favorecer o aparecimento da condição.
Síndrome de burnout: o que significa tratar esse problema?
O ideal é, ao notar o estresse aumentar, adotar práticas de modo a evitar a manifestação do Burnout. Algumas delas são as seguintes.
Não leve trabalho para casa
A sobrecarga é um dos maiores precursores da síndrome. Sendo assim, evite, ao máximo, levar trabalho para casa. Organize-se para que tudo seja realizado enquanto estiver na empresa. Dê a você o direito do descanso. Se o ambiente profissional for pesado, vale a pena se programar para mudar de companhia ou carreira. Viver apenas para pagar contas faz com que sua saúde te cobre em dívidas, depois.
Pratique exercícios físicos
Praticar atividades físicas ajuda a manter os níveis hormonais balanceados, diminuindo a tensão e elevando sensações de relaxamento e euforia. Também fortalece o sistema imunológico, melhora a qualidade do sono, ajuda a prevenir obesidade e regula níveis de glicose no sangue. Isso evita condições como diabetes e colesterol alto. O ideal é o mínimo de 30 minutos, ao menos 3 vezes por semana.
Tenha alimentação adequada
Alimentar-se saudavelmente é importante para manter em equilíbrio as quantidades de vitaminas e minerais necessárias ao bom funcionamento do organismo. A anemia, uma condição provocada, principalmente, pelo baixo consumo de ferro, nos torna mais propensos a sentir fadiga e diminui a imunidade do organismo, tornando-o mais propício a contrair outras doenças.
Cuide da sua mente
Aprenda a cuidar da mente e adote momentos de lazer com os amigos. Algumas saídas no final de semana te ajudam a relaxar e enxergar mais leveza na vida. O contato com pessoas que estimamos, ainda, aumenta as taxas de ocitocina, colaborando para o bom humor.
Yoga é outra forma de trazer benefícios para si. Além de ser bom para a mente, diminuir o estresse e ajudar no aumento da concentração, ela é capaz de melhorar a postura, prevenir dores nas articulações e aumentar a circulação sanguínea.
A psicoterapia seria outra forma de buscar a prevenção contra o Burnout. Com sessões conduzidas por um profissional qualificado, a pessoa é capaz de aumentar seu autoconhecimento e de descobrir maneiras mais saudáveis para lidar com seus problemas e dores.
Como tratar o Burnout?
Agora que você já sabe mais sobre a Síndrome de Burnout: o que significa, seus sintomas e o tratamento, é primordial buscar ajuda o quanto antes. Faça um check up geral, com uma bateria de exames médicos. Será preciso verificar taxas hormonais, glicemia, colesterol, triglicerídeos, vitaminas e minerais. Avaliações com outras especialidades, como um cardiologista, é igualmente indicada.
Comece a cuidar mais da parte física. Exercícios e boa alimentação, como falado acima, são essenciais para uma vida mais saudável. Outro ponto é poder contar com o auxílio de um psicólogo nesta etapa, pois ele será fundamental na sua retomada ao mundo profissional. Na prática, ele ajudará você a lidar melhor com os problemas decorrentes do trabalho e a adquirir comportamentos mais eficientes para enfrentar situações estressantes.
Outro papel do psicoterapeuta será ajudar o paciente a mudar a mentalidade sobre os acontecimentos ao redor. Uma mente acostumada a enxergar tudo de forma mais negativa tenderá a se estressar com mais facilidade diante de qualquer infortúnio. Por último, contar com um psiquiatra também pode ser válido. Na maioria das vezes, a pessoa precisa de medicamentos para tratar depressão e ansiedade, o que ajuda a aumentar a eficácia da psicoterapia.
Enfim, o Burnout é uma condição séria, que leva o indivíduo a desenvolver diversos outros sintomas e doenças, até que atinja o máximo da sua improdutividade. Quando a síndrome é diagnosticada, precisa ser tratada o mais breve possível, de modo a devolver saúde e bem-estar ao paciente.
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Médico Oftalmologista com título pelo Colégio Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
Fellowship em Retina e Vítreo e membro da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRVS).
Sócio fundador da OnDoctor.