O contágio coronavírus vem causando enorme impacto na população mundial. A nova doença já se espalhou pelo mundo todo e, apesar dos inúmeros esforços de cientistas e pesquisadores, ainda não se sabe muito sobre a Covid-19.
Mesmo após 2,7 milhões de casos e 190.000 mortos no mundo todo, além do impacto econômico decorrente das medidas de contenção da pandemia, ainda existem vários estudos para entender como a doença se espalha.
Além das vias respiratórias, o contágio coronavírus pode acontecer por outros meios, e são essas origens que estão sendo validadas exaustivamente por equipes de saúde do mundo todo.
Nesse caso, alguns estudos recentes buscaram validar se o contágio coronavírus poderia acontecer por meio das lágrimas. Então, grupos de cientistas se uniram para tentar decifrar essa questão.
A comunidade científica unida contra o contágio coronavírus
Sabemos que a Covid-19 é uma doença respiratória com predominância de sintomas gripais e que pode evoluir para um acometimento pulmonar típico, o que pode resultar em uma grave insuficiência respiratória em pouco tempo.
Nesse quadro, os principais sintomas são tosse, febre e falta de ar, mas, além dessas manifestações da doença, a presença de conjuntivite foi relatada em alguns pacientes. Portanto, os pesquisadores também realizaram estudos para entender se a secreção poderia ser uma fonte de contágio coronavírus.
Mesmo que vários estudos já demonstrem que o principal meio de transmissão do vírus são as gotículas presentes em secreções respiratórias, exaladas por portadores sintomáticos ou assintomáticos, é preciso entender mais sobre a Covid-19. Só assim é possível derrotá-la.
Desse modo, outras formas de transmissão vêm sendo questionadas, como a fecal-oral e, em um estudo recente, a secreção lacrimal. E é sobre esse último estudo que vamos falar nesse conteúdo.
Analisando as secreções lacrimais
O estudo prospectivo realizado em Singapura encontrou PCR viral em secreção lacrimal de um paciente portador da Covid-19 com conjuntivite. Apesar de não ter sido possível isolar o vírus, as secreções lacrimais passaram a ser cogitadas como possíveis formas de transmissão.
Com essa hipótese em foco, outro estudo recrutou e estudou 17 pacientes portadores da Covid-19, onde foram coletadas amostras de lágrimas e swab nasofaríngeo para realização de PCR viral.
As amostras foram colhidas em vários momentos da evolução da doença, durante 3 semanas da ocorrência do estudo. Então, os resultados do PCR lacrimal e nasofaríngeo foram comparados posteriormente.
Como resultado, mesmo com uma carga viral elevada nas amostras nasofaríngeas – principalmente nas primeiras duas semanas após o início dos sintomas – nenhum exame deu positivo para PCR viral em amostras lacrimais.
Ou seja, isso sugere que o contágio coronavírus por via lacrimal é baixa.
Apesar das boas notícias, a prevenção é a melhor saída
Ainda é cedo para concluirmos com precisão, visto que o estudo descrito têm algumas limitações. No entanto, fica cada vez mais claro que as secreções respiratórias são extremamente relevantes no ciclo de transmissão viral do novo coronavírus.
Mesmo vivendo um momento da epidemia com mais incertezas e dúvidas do que fatos, a pandemia ainda está em caminho crescente e, infelizmente, muito sofrimento ainda está por vir. Portanto, é fundamental que cada um faça a sua parte.
Sendo assim, é essencial que o isolamento social faça parte da rotina de todos, onde cada pessoa precisa fazer a sua parte – dentro do possível – para evitar aglomerações e, dessa forma, reduzir o contágio coronavírus.
Coronavírus: isolamento social reduz propagação da doença. Fonte: Band Jornalismo.
Dessa forma, teremos condições para reduzir os infectados e, por consequência, as mortes, até que seja possível encontrar uma cura ou vacina que elimine, de uma vez por todas, essa ameaça do nosso planeta.
Então, o que sabemos é que, possivelmente, o alívio de um choro é um ato reconfortante e, pelo que constatamos nos estudos preliminares, uma ação segura nesse momento tão nebuloso que vivemos.
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Médico Oftalmologista com título pelo Colégio Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
Fellowship em Retina e Vítreo e membro da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRVS).
Sócio fundador da OnDoctor.
